sexta-feira, 29 de maio de 2020

Revolução Inglesa



Você já ouviu falar na Revolução Inglesa? Está em dúvida sobre que revolução foi esta, já que os materiais didáticos usam tantos nomes diferentes? Pode parecer um pouco confuso a princípio, mas podemos ajudar a clarear as ideias montando um esquema dos principais acontecimentos e seus significados.

E para isso, neste artigo, veremos os seguintes tópicos: 


O que foi a Revolução Inglesa;
Entendendo a Revolução Inglesa
Fases da Revolução Inglesa;
Causas da Revolução Inglesa;
Antigo Regime e Revolução Inglesa;
Consequências da Revolução Inglesa. 


Muita coisa? Então vamos começar logo o assunto, para que você possa tirar suas dúvidas de uma vez.


O que foi a Revolução Inglesa?

A Revolução Inglesa foi a primeira das grandes revoluções burguesas, ocorridas no início da Idade Moderna. Aconteceu em um momento do século XVII em que o modelo monárquico absolutista já estava sendo questionado em quase toda a Europa, especialmente porque uma nova classe emergente, a burguesia, tinha pouca ou nenhuma participação no processo político.

O caso inglês é claro, não é igual aos demais, embora também tenha sido um movimento burguês, que se opôs ao absolutismo inglês. Vamos entender um pouco desse processo, que durou mais de 50 anos.


Entendendo a Revolução Inglesa


No início do século XVII, a Inglaterra passou a ser governada pela dinastia Stuart, que teve quatro representantes no período. Todos defensores do modelo absolutista, em contraposição aos interesses da burguesia inglesa, foram eles:



Jaime I – de 1603 a 1625; 

Carlos I – de 1625 a 1649; 
Carlos II – de 1660 a 1685; 
Jaime II – de 1685 a 1688. 


Do outro lado, há dois personagens mais ligados aos interesses burgueses, que você precisa conhecer: 

Oliver Cromwell: uma das principais figuras da revolução, que proclamou a República em 1649, assumindo o governo inglês. Faleceu em 1658. 

Guilherme III: ou Guilherme de Orange, conquistou o trono inglês em 1688, encaminhando a Revolução Inglesa para o seu fim.

E agora que você já conhece os atores de ambos os lados, precisamos explicar a sociedade inglesa, pois além da nobreza politicamente dominante, tínhamos: 

Burguesia Puritana
: a classe economicamente dominante, fonte da riqueza nacional através dos seus negócios, que também sustentava uma importante religião protestante inglesa: o Puritanismo. 

Pequena Burguesia e Campesinato: base da sociedade, os pequenos comerciantes urbanos e os “trabalhadores rurais” formaram também a base do exército revolucionário, com duas vertentes radicais: 

Diggers: os que pretendiam realizar a reforma agrária;
Levellers: pela igualdade de direitos entre todos os cidadãos.


Fases da Revolução Inglesa 

Revolução Puritana ou Guerra Civil (1640 a 1649)

Quando Carlos I assumiu o trono, em 1625, a Inglaterra vivia em uma constante tensão política, envolvendo os interesses da burguesia e da nobreza. Basicamente, porque seu pai, o rei Jaime I, havia imposto uma série de medidas contra os interesses da burguesia puritana.

De início, Carlos I tentou conciliar as duas vertentes políticas, como isso não foi possível, dissolveu o parlamento e governou sozinho até 1640. Naquele ano, precisando reunir o exército para lutar contra a Escócia, convocou novamente o parlamento, propondo aumento de impostos para financiar a guerra.

Como as tensões políticas já vinham crescendo, a burguesia puritana se aliou a outros setores descontentes (diggers e levellers) para enfrentar o rei Carlos I. A guerra só terminou com a decapitação de Carlos I, na chamada Revolução Puritana, como ficou conhecida a primeira fase da Revolução Inglesa.




República de Oliver Cromwell (1649 a 1658)



Nesta fase, é preciso entender melhor quem foi Oliver Cromwell, o comandante efetivo da Revolução Puritana.

Cromwell era ligado a nobreza rural (baixa nobreza) e se converteu ao puritanismo em 1630, tornando-se, aos poucos, um religioso fervoroso. Após derrotar Carlos I e se tornar o Lorde Protetor da República, deu início a uma série de medidas em benefício dos setores burgueses da sociedade.

Porém, seu fervor religioso e suas opiniões políticas acabaram por levá-lo a enfrentar seus antigos apoiadores. Cromwell se tornou uma espécie de ditador, chegando a fuzilar muitos dos levellers e fechando o parlamento, exatamente como Carlos I havia feito antes dele.

Mesmo assim, permaneceu no poder até sua morte em 1658, quando assumiu seu filho Richard, que não tinha apoio político para se manter à frente do governo.



Restauração da Dinastia Stuart (1660 a 1688)


Sem a figura de Cromwell, a burguesia se dividiu e muitos passaram a apoiar o retorno da monarquia. Esta corrente venceu quando Carlos II, filho do rei decapitado, foi entronado em 1660, restaurando a dinastia Stuart.

Em princípio, mais uma vez, a intenção era conciliar as classes sociais, mas Carlos II, como seu pai antes dele e o próprio Cromwell, tinha seus próprios planos. Aliou-se a alta nobreza para restaurar o absolutismo inglês e mais do que isso, aliou-se a Igreja Católica.

O parlamento, dominado pelos burgueses puritanos, foi contra e mais uma vez suas atividades foram encerradas, desta vez, por Carlos II.

Apesar destas tensões, Carlos II se manteve no poder até 1685, quando faleceu e transferiu a coroa para seu filho, Jaime II, que tratou de ser mais radical que o pai. No entanto, desta vez, a burguesia puritana encontrou uma fórmula conciliadora para resolver o problema.



Revolução Gloriosa (1688)



Finalmente, chegamos ao grande momento da Revolução Inglesa, justamente quando ocorre o último embate entre a nobreza absolutista e a burguesia puritana. Esta última, descontente com as políticas de Jaime II, propõe que sua irmã Maria assuma o trono em seu lugar, para evitar outra guerra civil.

O acordo é aceito, mas Maria estava casada com Guilherme de Orange, rei dos Países Baixos, que não pretendia deixar sua esposa ter mais poder do que ele. Assim, Guilherme de Orange não esperou o fim das negociações, aproveitou o impasse político inglês e tomou o trono para si.

No entanto, como a situação ainda era tensa, em 1689 é assinada a chamada Declaração de Direitos, uma espécie de grande acordo nacional. Isso transformou Guilherme de Orange em Guilherme III, rei legítimo da Inglaterra, mas com a condição de aceitar o poder do parlamento.

Este momento ficou conhecido como a Revolução Gloriosa, a fundadora da monarquia parlamentarista que vigora ainda hoje na Inglaterra.

Agora que já cobrimos a história da Revolução Inglesa, vamos encerrar com um resumo de mais três tópicos importantes para o estudo do assunto.


Causas da Revolução Inglesa 

Concentração do poder pela nobreza, representada pela dinastia Stuart;
Disputa por maior poder político pela burguesia puritana;
Descontentamento social da pequena burguesia e do campesinato;
Disputas religiosas de fundo entre católicos e protestantes. 



Antigo Regime e Revolução Inglesa

Para estabelecer definitivamente a essência da Revolução Inglesa, é preciso sempre lembrar que se trata de um momento de virada na história política europeia.

Um movimento que aconteceu em vários países de formas diferentes, e na Inglaterra foi protagonizado pela burguesia puritana.

De forma geral, tratava-se de uma luta burguesa contra o chamado Antigo Regime, como passaria a ser conhecida a monarquia absolutista após sua derrubada.



Consequências da Revolução Inglesa


A Revolução Inglesa teve duas consequências principais: 


Estabeleceu um modelo de monarquia parlamentarista, com o centro de poder se deslocando para o parlamento (como é até hoje); 

Abriu caminho para que a burguesia nacional prosperasse; um primeiro passo para a Revolução Industrial Inglesa no século seguinte.

ATIVIDADES CONTEÚDO. REVOLUÇÕES INGLESAS - 8º ANO



ATIVIDADES...


1) Durante o século XVII, a Inglaterra experimentou um período de profundas e violentas transformações políticas, desde a eclosão da Guerra Civil Inglesa (1642-1651) até a Revolução Gloriosa (1688). Entre as principais consequências desse processo, podem ser enumeradas: 

a) A transição do absolutismo para uma monarquia constitucional e a limitação dos poderes políticos do monarca.
b) A abolição da propriedade privada e a adoção de um sistema de terras comunais em todo o país.
c) A independência das treze colônias inglesas da América do Norte e a abertura dos portos ingleses aos navios estrangeiros.
d) A derrota militar das forças reformistas e a consolidação do absolutismo monárquico nas mãos de Oliver Cromwell.
e) A abolição do anglicanismo e a afirmação do calvinismo como religião oficial da Inglaterra.


2) Leia o texto a seguir: Após a decapitação do rei, o Parlamento sofreu nova depuração. Um Conselho de Estado, com 41 membros, passou a exercer o Poder Executivo. Mas o controle do Estado estava de fato nas mãos de Cromwell […] Ofereceramlhe a coroa, mas ele a recusou: na prática já era um soberano e podia até fazer seu sucessor. PILETTI, Nelson; ARRUDA, José Jobson de A. Toda a História. São Paulo: Ática, 2000, p. 228. Após a morte de seu líder, em 1658, o destino da chamada “República de Cromwell” foi marcado pela:

a) Deposição, já no ano seguinte, de seu filho e sucessor, Richard Cromwell, permitindo o início da fase de Restauração.
b) Reformulação e fortalecimento do Parlamento inglês, num golpe militar conhecido como Revolução Gloriosa.
c) Proibição das práticas puritanas, fazendo com que muitos membros do movimento migrassem para a América.
d) Invasão de Guilherme de Orange, que implantou a Lei do Teste, obrigando a todos os funcionários públicos a se declararem católicos.


3) O processo histórico denominado Revolução Inglesa ou Revolução Gloriosa teve como palco a Inglaterra no período de 1640 a 1688, lançando as bases da Monarquia Parlamentar Inglesa. Sobre a Revolução Inglesa, assinale a alternativa INCORRETA.

a) Esse foi um momento marcado pelo fortalecimento do Parlamento através da Carta de Direitos que limitava o poder do soberano.
b) A religião oficial do Estado continuou sendo o Anglicanismo, contudo, prevaleceu a liberdade de culto.
c) Ambas as revoluções propunham a centralização do poder nas mãos do monarca em detrimento do parlamento.
d) O Parlamento representava os interesses de uma elite relacionada com o comércio a qual conseguiu inúmeras liberdades.
e) O sistema parlamentar inglês é um modelo de representatividade que influenciou na organização de constituições em diversos países do Ocidente



4) A Revolução Gloriosa, na Inglaterra (1688–1689), marcou o início de uma época de grande prosperidade para o país, lançando as bases para o desenvolvimento capitalista, e permitiu que o país fosse o pioneiro na Revolução Industrial do século XVIII. Podemos estabelecer uma relação entre os dois eventos porque:

a) O governo passou a impor a religião anglicana, dando fim aos conflitos religiosos e aos massacres entre católicos e protestantes, liberando mão de obra para as novas técnicas de produção.
b) O poder real, com a retomada do absolutismo, não encontra empecilhos para dar fim ao sistema feudal e incentivar a prática capitalista para aumentar os recursos do Tesouro Nacional.
c) O país, com o advento do Parlamentarismo, passou por transformações, como o acordo político e econômico entre a burguesia e a nobreza rural que, juntas, promoveram o desenvolvimento econômico.
d) Tanto a tolerância religiosa quanto uma maior liberdade de expressão política por parte da sociedade civil, características do despotismo esclarecido, incentivaram o desenvolvimento econômico.
e) O desenvolvimento de uma monarquia, com características de um Estado liberal, permitiu a união de todas as classes sociais na Inglaterra, o que permitiu a modificação das relações trabalhistas no campo.


5) As chamadas “revoluções inglesas”, transcorridas entre 1640 e 1688, tiveram como resultados imediatos:
a) a proclamação dos Direitos do Homem e do Cidadão e o fim dos monopólios comerciais.
b) o surgimento da monarquia absoluta e as guerras contra a França napoleônica.
c) o reconhecimento do catolicismo como religião oficial e o fortalecimento da ingerência papal nas questões locais.
d) o fim do anglicanismo e o início das demarcações das terras comuns.
e) o fortalecimento do Parlamento e o aumento, no governo, da influência dos grupos ligados às atividades comerciais.


6) Morto o rei, em maio do mesmo ano, a república foi proclamada, o que dava a entender que as reivindicações dos niveladores estavam sendo atendidas, mas a revolução parou aí, e a sensação de traição foi virando certeza. A revolta dos niveladores malogrou. Além da fracassada tentativa dos Niveladores, o país conheceu também o movimento dos Escavadores, que, por meio da ação direta e pacífica, tentaram chegar a uma forma de comunismo agrário. (Paulo Miceli. As Revoluções Burguesas) O texto deve ser relacionado com:

a) A Revolução Puritana, na Inglaterra;
b) A Revolução Gloriosa, na Inglaterra;
c) As Frondas, na França;
d) A Revolução Francesa de 1789;
e) A Revolução de 1830, na França.


7) Explique as condições históricas que favoreceram o desenvolvimento da Revolução Inglesa, no século XVII. (transcreva as resposta em seu caderno)

8) Podemos dizer que A Revolução Gloriosa selou um compromisso entre a burguesia e a nobreza proprietária de terras, fortaleceu o Parlamento, e criou condições favoráveis aos desenvolvimento econômico inglês e à instauração do capitalismo industrial na Inglaterra. Com base em tal afirmação, explique de que forma a Revolução Inglesa contribuiu para fazer da Inglaterra uma das maiores potências econômicas do período . 
 (transcreva as resposta em seu caderno)